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terça-feira, 14 de maio de 2013

Maternizar com o PKS


     Dia desses meu filho Fernando, 18, como todo sedutor taurino, se aproximou vagarosamente de mim, deitou ao meu lado em minha cama e lascou a pergunta: "Mãe, qual teu maior temor em relação ao Parkinson?
- Que vocês venham a sofrer mais do que eu respondi. Como tudo em minha vida, a doença de Parkinson, o PKS, mudou intensamente a minha relação familiar. Algo inconsciente, quando percebi havia abandonado velhos comportamentos. Pressa, por exemplo, não faz mais parte do meu dia a dia, o mau humor foi convidado a se retirar e a música adquiriu uma importância, tal qual um prato de comida na mesa. Meus meninos tocam violão e eu, convicta de que preciso de avanços, canto loucamente, com se estivesse com o espírito de Elis Regina acavalado no meu pescoço. Como já me disse minha amiga Mirella Poyastro, depois do diagnóstico de Parkinson, tenho uma espada apontando para minha cabeça. E ali ela permanece, se vai descer ou não, confesso que não penso muito nisso. São complicados e inúmeros problemas mas, por incrível que pareça,olhar para trás e contemplar a construção de uma família, me devolve a força e a dignidade para seguir em frente. Neste Dia das Mães, eu só consigo comemorar a data em virtude da dedicação, respeito e amor recebidos de meu marido Leandro Filgueras Fischer, de meus filhos Matheus Do Canto , Fernando FischerAlice Fischer e de minha filha e nora Daniele Schütz. O PKS me rouba dopamina do cérebro, mas essa galera repõe muito amor no meu coração.

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