Páginas

sábado, 8 de junho de 2013

Parceria privada no combate ao PKS

Não lembro de ter contado até 10 depois de ter recebido o diagnóstico de Parkinson, há mais de três anos.  Aliás, não lembro de fazer esta contagem, antes ou depois de qualquer episódio, feliz ou infeliz, em minha vida. Lembro sim que a palavra degenerativa ficou como fundo de tela na minha mente.
Não levei muito tempo para contra-atacar o PKS. Sempre tive a mania de oferecer resistência nas situações adversas, e não seria agora que abandonaria este comportamento.
O fundo de tela foi sendo trocado seguida e surpreendentemente. O desconhecido e temido Parkinson foi sendo substituído pela minha plena convicção de que é preciso viver, amar viver e dar tudo pela vida. Evidente que não alcanço essa plenitude sozinha.  Tenho minhas parcerias nesta caminhada. A primeira eu convivo há mais de 20 anos, qual seja, meu marido, pai de meus filhos: Leandro Fischer. A seu jeito e a seu tempo, ele divide comigo minhas melhores e piores emoções. Fragilizado e indignado, talvez até mais do que eu mesma, ele resolveu enfrentar a doença comigo, me proporcionando momentos de muita vida. Talvez por isso a patalogia não nos dividiu,
não nos rachou ao meio.
Corro o risco de usar de estupidez ao enumerar a ordem de importância nas doses fartas de amor, carinho e aceitação que tenho recebido daqueles que me rodeiam.
Evidente que o levante vem juntamente com meus três filhos, Matheus, Fernando e Alice. Já vivi situações que me ofereceram muita instabilidade emocional e essas três vidas seguraram e devolveram a minha vida. Meus filhos sempre pontuaram as minhas maiores buscas e a minha incessante resistência continua vindo deste trio. Cada um com seu perfil.  Matheus mais parece um competente médico de plantão. Lembrando, cobrando, perseguindo a perfeição no tocante aos cuidados que eu devo ter com medicações, alimentação e atividades físicas. Dele parte um sonoro não para as atitudes que posssam desencadear, mais velozmente, os sintomas do PKS. Uma tentativa, é claro, de postergar a evolução de uma patologia que, ele sabe, ser progressiva.
Meu Fê, como costumo me referir ao meu filho do meio, não perde o bom humor, nem nos momentos em que me vê fragilizada pela doença. Ele tem tão presente o meu empenho com  a disposição de driblar problemas que, tenho certeza, não passa por aquela cabecinha, que eu venha a fraquejar, justamente agora.
Da minha menina Alice vem a mistura dos sentimentos dos irmãos. A forte influência  e a presença dos meninos em sua vida, em sua formação,  lhe permite pensar e agir, ora com a sua razão, ora com a sua emoção. Percebe-se, claramente, que, cada vez mais  se aproxima de mim, se aconchega em meus braços, deixando-me a certeza de que permaneçoali, inteira ao lado dela.
E assim vamos entregando a cada dia a tarefa de nos permitir oferecer o melhor de nós, o que por vezes nos falta,  o que tememos perder, mas fingimos desconhecer.

Um comentário:

  1. Cara amiga Silvia, tomo a liberdade de assim te chamar, Ritchele nos apresentou seu blog, parabéns gostei muito o que li é isso ai amiga a vida continua é preciso coragem e obstinação para dobrar esse inglês intrometido.
    Venha nos conhecer e participar do nosso blog:
    http://www.associaobrasilparkinson.blogspot.com.br/
    É somando forças que iremos ganhar a guerra.
    Abraços fraternos,
    Baldoino Badu

    ResponderExcluir